O Dia Internacional das Mulheres, que acontece em 8 de março, é uma celebração mundialmente conhecida sendo uma data para o reconhecimento e reflexão a respeito dos direitos e lutas das mulheres por igualdade de gênero.

Nesse recorte, o Dia Internacional das Mulheres tem um grande destaque quando falamos de empregabilidade feminina, uma vez que boa parte dessas lutas estão voltadas para o mercado de trabalho.

De acordo com uma pesquisa realizada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) em 2019, as mulheres ainda enfrentam desigualdades significativas no mercado de trabalho.

A pesquisa revelou que as mulheres ganham menos que os homens, são menos propensas a receber salários e benefícios adequados, e que a taxa de desemprego entre as mulheres é muito maior. Além disso, as mulheres também estão muito mais propensas a trabalhar em empregos mal remunerados e de baixa qualidade.

A OIT recomendou que os governos adotem políticas e programas para promover a igualdade de gênero no mercado de trabalho. Assim, a atuação para garantir oportunidades para mulheres se faz ainda mais necessária, onde todos possuem papel estratégico.

O que significa a celebração do Dia Internacional das Mulheres?

O Dia Internacional das Mulheres, celebrado em 8 de março, é uma celebração instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975 que busca colocar em foco e conscientizar a população a respeito da igualdade de gênero e os direitos das mulheres.

A data é uma oportunidade para destacar o papel histórico das mulheres, recordando as lutas femininas ao longo dos anos em diversos aspectos sociais, a fim de combater as desigualdades, o machismo e o sexismo, sendo marcado por muitos protestos.

Além disso, o Dia Internacional das Mulheres tornou-se uma ocasião para homenagear e celebrar os avanços e conquistas das mulheres.

Como surgiu o Dia Internacional das Mulheres?

O Dia Internacional das Mulheres tem como origem o movimento operário e decorrente de fatos históricos e lutas feministas, posteriormente passou a ser reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU).

No dia 8 de março de 1857, diversas mulheres que trabalhavam em uma fábrica têxtil em Nova York realizaram uma greve reivindicando melhores condições de trabalho e igualdade de direitos. As mesmas, foram brutalmente reprimidas pela polícia o que resultou na morte de muitas delas.

Anos depois, em 1908, 15 mil mulheres marcharam pela cidade de Nova York exigindo a redução das jornadas de trabalho, salários melhores e direito ao voto.

Então, em 1910, durante a Segunda Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, em Copenhague, a líder socialista alemã Clara Zetkin propôs a criação de uma data para celebrar as conquistas e lutas das mulheres em todo o mundo. A sugestão foi bem aceita e, a partir daí, 8 de março foi escolhido como o Dia Internacional das Mulheres.

Mesmo após a criação do Dia Internacional das Mulheres, as mulheres continuam lutando por seus direitos e, em 1975, a Organização das Nações Unidas oficializou a data com o objetivo de promover a igualdade de gênero e o empoderamento feminino.

Desde então, a data é comemorada em todo o mundo com manifestações, eventos e campanhas de conscientização.

Marcos da história das mulheres no mercado de trabalho

Como você leu, as primeiras reivindicações femininas que marcaram a criação do Dia Internacional das Mulheres estão relacionadas ao mercado de trabalho. Por isso, vale ressaltar que o movimento é composto por outros marcados na história:

– No final do século 19, as mulheres começaram a se organizar para lutar por seus direitos trabalhistas. Algumas das principais demandas eram salários iguais aos dos homens e condições de trabalho seguras e saudáveis.

– Durante a Primeira Guerra Mundial, muitos homens foram convocados para o serviço militar, o que abriu espaço para as mulheres entrarem em diversos setores da economia. Elas ocuparam postos de trabalho em fábricas, escritórios e outros locais, demonstrando sua capacidade e competência.

– De acordo com projeção do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), estima-se que a presença feminina no mercado de trabalho deve chegar a 64,3% em 2030, mostrando que cada vez mais as mulheres vão conquistar novos espaços.

– Na década de 1930, com a Grande Depressão econômica, muitas mulheres continuaram a trabalhar para ajudar suas famílias a sobreviver. No entanto, os empregadores costumavam pagar salários mais baixos às mulheres do que aos homens, o que gerou protestos e greves.

– De acordo com o relatório Global Gender Gap Report em 2021, a diferença salarial entre mulheres e homens que exercem a mesma função aumentou de 20,7% para 22%

– Durante a Segunda Guerra Mundial, as mulheres voltaram a ter uma participação significativa na força de trabalho, substituindo os homens que estavam no front. Novamente, demonstraram habilidade e dedicação, mas ainda enfrentavam discriminação e desigualdade salarial.

– Nos anos 1960 e 1970, o movimento feminista ganhou força e passou a defender a igualdade de direitos no mercado de trabalho. Isso incluía não apenas salários iguais, mas também o fim de práticas como assédio sexual e discriminação no recrutamento e na promoção.

Equidade de Gênero: o mercado de trabalho para mulheres

– Em pesquisa feita pelo Infojobs, 52% das entrevistadas afirmam que já sofreram assédio no mercado de trabalho.

– Com o passar dos anos, as mulheres foram conquistando mais espaço em diversas áreas profissionais, mas ainda enfrentam desafios como a conciliação entre trabalho e família, a falta de creches e a persistência de preconceitos e estereótipos de gênero.

– De acordo com levantamento do Infojobs, 74% dizem sentir que não possuem as mesmas oportunidades que os homens dentro das empresas. E 63% afirmam que já se sentiram prejudicadas em uma oportunidade de crescimento devido.

Principais avanços na luta por direitos femininos no mercado de trabalho

Os marcos da história das mulheres no mercado de trabalho mostram as lutas enfrentadas ao longo dos anos, mas é importante destacar também as conquistas:

Direito ao voto

Embora não seja diretamente relacionado ao mercado de trabalho, o direito ao voto foi um passo fundamental para garantir a maior representatividade e poder político para mulheres, o que por consequência influenciou na conquista de outros direitos, como a criação de leis com recorte de gênero.

Proibição da discriminação salarial

Com a promulgação da Equal Pay Act nos Estados Unidos em 1963, ficou proibido discriminar salários entre homens e mulheres que realizam o mesmo trabalho. A partir disso, temos no Brasil a asseguração da equiparação salarial, segundo a CLT, a fim de garantir a não discrepância de pagamentos.

CLT: artigo 461. Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, na mesma localidade, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, nacionalidade ou idade, entre pessoas cuja diferença de tempo de serviço não for superior a 2 anos.

Licença maternidade remunerada

Em diversos países, incluindo o Brasil, existe a obrigatoriedade das empresas oferecerem uma licença maternidade remunerada às suas funcionárias, garantindo que as mesmas possam viver com segurança financeira a experiência de ser mãe.

Em pesquisa do Infojobs, 86% das participantes afirmam que já sofreram ou acreditam que exista um preconceito relacionado ao tema. Para 75%, intensificar a licença paternidade seria um passo para acabar com o preconceito e igualar as responsabilidades.

Presença de mulheres em cargos de liderança

Embora as políticas de inclusão e representatividade estejam avançando para que as empresas contem mais cargos de liderança feminina, ainda existe um longo caminho a percorrer.

Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT) as mulheres são mais marginalizadas no mercado de trabalho, sendo frequentemente excluídas dos processos de tomada de decisão e de outras oportunidades de crescimento profissional.

De encontro, dados do Infojobs mostram que 66% das entrevistadas sentem a necessidade de que uma mulher seja mais qualificada para assumir cargos de liderança. E afirmam que nunca trabalharam em uma empresa onde a quantidade de mulheres na liderança era maior do que a de homens.

Mais oportunidades em áreas tradicionalmente masculinas

Cada vez mais áreas tidas como masculinas estão sendo ocupadas por mulheres, como o setor de engenharia, tecnologia e construção civil, o que ajuda a romper estereótipos e traz novas possibilidades para as futuras gerações de garotas.

O mercado de trabalho para as mulheres no Brasil

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de participação feminina no mercado de trabalho brasileiro atingiu seu ápice em 2010, quando chegou a 59,9%.

Apesar disso, em 2019, essa taxa era de 53,3%, inferior à masculina (75,4%). Além disso, as mulheres ficam mais concentradas em áreas como educação, saúde e serviços domésticos, e recebem salários menores do que os homens em posições semelhantes. Em média, as mulheres ganham 77,7% do salário dos homens no Brasil.

Outro dado relevante é que as mulheres têm uma presença menor em cargos de liderança ou alta gerência: em 2019, apenas 37,4% dos cargos gerenciais no país eram ocupados por mulheres.

Esse fato tem sido atribuído a diferentes fatores, desde a cultura machista até às demandas familiares e de cuidado com os filhos, que ainda recaem majoritariamente sobre as mulheres.

Além disso, as mulheres enfrentam outros desafios no mercado de trabalho, como o assédio sexual e moral, a discriminação de gênero e a falta de políticas de proteção e incentivo para a maternidade.

Ainda assim, muitas mulheres têm lutado para expandir suas oportunidades profissionais, formando redes de apoio, buscando capacitação e se engajando em movimentos de defesa de seus direitos.

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Importância de apoiar a empregabilidade feminina

Apoiar a empregabilidade feminina é fundamental para garantir o desenvolvimento econômico e social de uma nação. As mulheres são frequentemente as principais provedoras de suas famílias e, com salários mais justos e oportunidades justas, essas famílias podem se beneficiar do aumento da renda e da estabilidade financeira.

Quanto damos às mulheres a oportunidade de ingressar no mercado e desenvolver suas habilidades, permitimos que toda comunidade ao redor também cresça, além de movimentar a economia.

A empregabilidade feminina também é um mecanismo para combater a desigualdade e violência contra mulher, uma vez que por meio da independência financeira ela pode assumir o controle de sua vida.

Vale destacar também que a diversidade de gênero dentro das empresas ajuda na promoção de diferentes ideias, resolução de problemas e construção do senso de responsabilidade social, o que pode levar a uma melhoria nos lucros da empresa.

Além de impactar também na marca empregadora e retenção de talentos, empresas que não investem na igualdade de gênero podem perder talentos valiosos e acabar sendo ultrapassadas por concorrentes mais inclusivos.

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Portanto, é importante que sejam criadas políticas e iniciativas que permitam às mulheres acessar posições de liderança e participarem plenamente da força de trabalho. Dessa forma, poderemos construir um futuro mais justo e igualitário para todos.

10 iniciativas promover a equidade de gênero

Agora que você já entendeu a importância da empregabilidade feminina, separamos algumas dicas para que o RH ajude a agir ativamente.

1. Estabelecer políticas e práticas para recrutamentos sem vieses, garantindo que a contratação seja baseada somente nas habilidades profissionais do candidato, ou seja as soft e hard skills, e não em característica pessoal.

2. Garantir que os funcionários, homens e mulheres, tenham oportunidades equivalentes de treinamento e desenvolvimento, e recebam promoções igualitárias de acordo com o seu desempenho.

3. Implementar programas de diversidade e inclusão para criar um ambiente de trabalho que valorize e respeite a diversidade dos funcionários.

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4. Realizar avaliações regulares das práticas de RH e das lideranças a fim de identificar possíveis pontos fracos que precisam ser desenvolvidos ou áreas onde existam desigualdades.

5. Acompanhar e corrigir a falta de equiparação salarial e de oportunidades de avanço de carreira entre grupos de funcionários.

6. Estabelecer iniciativas para garantir que a empresa seja um ambiente livre de assédio, discriminação e preconceito.

7. Criar um canal de feedback para os funcionários com comunicação transparente, para que todos possam expressar suas preocupações, relatos e sugestões sobre o ambiente de trabalho e as políticas de RH da organização.

8. Criar programas voltados para as necessidades particulares das mulheres, como questões relacionadas à maternidade e período menstrual.

9. Programas de desenvolvimento profissional e treinamento específicos para mulheres, a fim de equipá-las com as habilidades necessárias para avançar em suas carreiras e alcançar a paridade de gênero no ambiente de trabalho.

10. Envolver os homens no diálogo e na promoção da igualdade de gênero, oferecendo treinamentos e workshops sobre o tema, a fim de capacitar o público e torná-los alinhados da luta

Infojobs Impulsiona Mulheres

O Infojobs Impulsiona Mulheres é um evento desenvolvido com o objetivo de reunir especialistas em RH, gestão de pessoas e líderes para promover debates sobre os desafios enfrentados pelas mulheres diante do cotidiano de trabalho.

Sendo convite especial para líderes e recrutadores que desejam apoiar a empregabilidade das mulheres, e para profissionais em busca de desenvolvimento na sua carreira.

Programação 2023

O básico que precisa ser dito: Construção de ambientes igualitários para todas as mulheres
Para além dos discursos, é preciso viabilizar ambientes de trabalho acolhedores e com oportunidades para os diferentes perfis de mulheres.

Rede colaborativa: O impacto social da empregabilidade feminina
O suporte entre as mulheres e o apoio das empresas é parte fundamental para tornar a jornada profissional positiva, além de impactar a comunidade ao redor.

Mulheres no topo: Paradigmas da ascensão de lideranças em diferentes setores
Comumente mulheres na busca do desenvolvimento e reconhecimento profissional enfrentam situações de machismo e sexismo, onde sua credibilidade é muitas vezes questionada.

Saúde mental das mulheres no mercado de trabalho
Pesquisas indicam que as mulheres estão entre as mais afetadas pelos problemas de saúde mental associados ao trabalho, tema que merece a atenção de todos.

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