ESG tornou-se um dos principais assuntos debatidos entre as lideranças e o RH, afinal, mais do que nunca a criação de empresas sustentáveis, socialmente responsáveis e conscientes vem sendo um fato decisivo para o sucesso dos negócios e retenção de talentos.
Ou seja, cada vez mais as empresas estão notando a importância de incluir os pilares ESG como parte da estratégia de negócios e diferencial competitivo.
De acordo com a Merce, 66% das empresas estabeleceram metas de ESG em seu propósito corporativo em suas operações. E a Global Network of Director Institutes (GNDI) mostrou que 85% de cerca de 2 mil conselheiros globais acreditam que, no longo prazo, teremos maior foco nas questões ESG, de sustentabilidade e de geração de valor nas empresas.
Esses dados, além de confirmar o quanto o ESG ganhará destaque nos próximos anos, acendem um alerta para as empresas e colocam em foco as responsabilidades do RH e lideranças diante do tema.
Nesse artigo, você irá entender mais sobre ESG, os impactos para gestão de pessoas e marca empregadora, e como o RH deve atuar de acordo com essas competências. Aproveite a leitura!
Sumário:
ESG ou Environmental, Social and Governance é um termo que surgiu no relatório do pacto global da ONU de 2004, em parceria com o Banco Mundial, a fim de engajar as empresas com iniciativas de gestão relacionadas à sustentabilidade governamental.
O que é gestão de pessoas e a sua importância
Nesse mesmo período, foi lançado o relatório Freshfield pela UNEP-FI, documento da Iniciativa Financeira do Programa Ambiental das Nações Unidas para analisar a integração do ESG com a parte financeira das empresas.
Ou seja, a ideia era mensurar o impacto efetivo das ações de sustentabilidade, com o objetivo de pensar como o investimento nessa área gera resultado para as empresas. Dessa forma, uma junção do compromisso e responsabilidade das empresas com a causa ambiental, com o aspecto financeiro e de crescimento.
Assim, na construção de empresas responsáveis socialmente, ESG é a sigla sinônimo de sustentabilidade e que vem se destacando em muitas rodas de conversa corporativa. De acordo com a consultoria Mercer, 66% das organizações estabeleceram metas de ESG em seu propósito corporativo em suas operações.
A pauta, de fato, merece a atenção do mercado de trabalho, entretanto, é necessário ir além e olhar com profundidade para outras urgências que o ESG coloca em foco, sendo “governança ambiental, social e corporativa”.
Antes de explicar como se tornar uma empresa sustentável e socialmente responsável, vamos entender o que cada letra da sigla ESG quer dizer:
Como o nome sugere, trata-se das práticas voltadas ao meio ambiente, a parte de fato sustentável do ESG. Abrangendo temas como: aquecimento global, emissão de gases poluentes, poluição do ar e da água, desmatamento, gestão de resíduos, eficiência no uso da energia, biodiversidade e outros.
O S de ESG aborda a responsabilidade social e ações de impacto na comunidade, de micro ou amplo alcance. Ou seja, as práticas diante da sociedade em que está inserida. Olhando para os segmentos pontos: direitos humanos, cumprimento das leis trabalhistas, segurança no trabalho, equidade salarial, diversidade em todos os aspectos, privacidade de dados, atendimento ao cliente e outras questões que impactam a sociedade.
Por último está o compromisso relacionado à atuação da empresa em processos, estratégias e orientações administrativas. Tendo como foco: conduta corporativa, práticas anticorrupção, canais de denúncias sobre casos de preconceito, assédio e corrupção, auditorias internas e externas, respeito aos direitos dos consumidores, fornecedores e investidores, transparência de dados, entre outros.
Com uma urgência climática e agenda voltada para o meio ambiente, surgiu a necessidade de criar também empresas sustentáveis, e assim, as práticas relacionadas ao ESG passaram a ganhar com o crescimento.
Nesse contexto, diversos países se comprometeram com metas net zero, ou carbono zero, e por consequência, as empresas precisaram mudar suas condutas.
Depois, foi preciso também além, cada vez mais se consolida um novo comportamento social onde há a necessidade de apoiar pautas de representatividade, direitos humanos e sustentabilidade, e as organizações precisam acompanhar essa conduta.
De posicionamento da marca empregadora, atração de talentos, gestão de pessoas até a conquista de investimento, o ESG tornou-se um ponto importante para as empresas. De acordo com a consultoria e auditoria PwC, 77% dos investidores institucionais disseram que planejam parar de comprar produtos não ESG nos próximos dois anos.
Assim, o ESG traz vantagens competitivas em diversos aspectos. Continue a leitura para entender como se tornar uma empresa que atua de acordo com as práticas de ESG.
Entendendo o significado de ESG e a sua importância, agora você vai ler sobre as definições de uma empresa socialmente responsável. É importante destacar que as práticas de ESG são norteadas pelos princípios do Pacto Global, são eles:
Direitos humanos
1. RESPEITAR e apoiar os direitos humanos
2. ASSEGURAR a não participação da empresa em violações
Trabalho
3. APOIAR a liberdade de associação e direito à negociação coletiva
4. ELIMINAR todas as formas de trabalho forçado
5. ERRADICAR todas as formas de trabalho infantil
6. ESTIMULAR práticas que eliminem qualquer time de discriminação
Meio ambiente
7. ASSUMIR práticas preventivas e responsáveis para os desafios ambientais
8. DESENVOLVER iniciativas para disseminar a responsabilidade socioambiental
9. INCENTIVAR o desenvolvimento de tecnologia ambientalmente responsáveis
Anticorrupção
10. COMBATER a corrupção em todas as suas formas
Uma empresa socialmente responsável deve ter em sua conduta ações que contemplem esses princípios, com o compromisso de promover o bem-estar da comunidade ao redor, colaboradores, clientes, fornecedores e parceiros, e a sustentabilidade dos seus processos.
Assim, quando falamos de meio ambiente, não se trata apenas da natureza, mas do ecossistema de produção do qual a empresa está envolvida, considerando todas as pessoas dessa atividade.
Agora, vamos destacar os principais ganhos de uma empresa que adota o ESG em suas práticas:
Os profissionais, principalmente a nova geração de talentos, estão cada vez mais interessados em alinhar os seus valores pessoais com os interesses das empresas que atuam. Nesse cenário, as ações ligadas ao ESG auxiliam para que a jornada do colaborador seja ainda mais positiva, impactando em cuidados com a saúde mental, transparência, diversidade e outro, o que também influencia no engajamento.
Os fatores socialmente responsáveis do ESG trazem um posicionamento diante das necessidades do mundo, do mercado e dos profissionais, mas além de uma atuação responsável, a empresa estabelece um posicionamento estratégico para o negócio.
Um pensionamento estratégico e as iniciativas de ESG também estão conectados com diversas ações de Employer Branding, onde uma prática favorece a outra e por isso a reputação da marca empregadora também ganha.
Como você leu anteriormente, investidores do mundo todo estão analisando produtos e empresas que adotam o ESG como um pilar, a fim de colocar capital nesses negócios. Outro ponto que se relaciona aos ganhos financeiros está no próprio consumo, onde a sociedade cada vez mais se preocupa com os valores e práticas das empresas e optam por escolhas mais conscientes.
O ESG é uma estratégia de negócio, logo, precisa de planejamento, execução e mensuração e o setor de recursos humanos tem papel importante difundir os critérios de Environmental, Social and Governance.
Isso porque quando falamos de ESG estamos falando também de pessoas, assim é necessário conectar as equipes, os objetivos do negócio e as práticas de ESG.
O RH é a equipe certa para entender como os colaboradores vão absorver a iniciativa, realizar um diagnóstico da empresa, e criar um plano de ação para que todos entendam a sua importância.
Além da estratégia, é necessário acompanhar a evolução das ações e o impacto que elas causam para a companhia e sociedade.
