Atrair e reter talentos está cada vez mais difícil, isso porque a sociedade vem passando por transformações aceleradas, que impactam o mercado de trabalho com o surgimento de novos comportamento e tendências, como o job hopping.
O movimento de job hopping, quando o profissional muda de empresa voluntariamente e com frequência, vem ganhando força e sendo praticado principalmente pelos profissionais mais jovens, que buscam além de salários competitivos, maior qualidade de vida.
Nesse cenário, as empresas que não querem sofrer com o alto turnover precisam se adaptar e criar modelos de trabalho, gestão e plano de carreira mais atrativos.
Sumário:
Em tradução literal, Job Hopping significa “pular de emprego” e apresenta uma reflexão sobre a ausência de longevidade na carreira, principalmente por parte da nova geração de talentos, da Geração Z e X.
Para respaldar essa conclusão, dados do Ministério do Trabalho e da Previdências, 25% dos jovens (2,47 milhões dos 9,96 milhões de jovens consultados pela pesquisa), entre 18 a 24 anos, permanecem dentro de uma empresa por menos de três meses. Enquanto, 4,26 milhões de pessoas de 50 a entre 64 anos permanecem no mesmo emprego por 10 anos ou mais.
Uma das razões para a troca constante de emprego está na necessidade de superação e de novos desafios, uma vez que esse é um grupo que preza pelo sentimento de liberdade e busca por novos conhecimentos, além da procura por salários e condições de trabalho melhores.
Boa parte das pessoas que fazem parte desse movimento têm o chamado perfil digital e estão sempre aprendendo e desenvolvendo suas habilidades a respeito da tecnologia.
Job hopper, é aquele profissional, normalmente da Geração Z ou millennial, que se sente atraído pelo movimento de job hopping e costuma estar ligado ao mundo da tecnologia, além de:
Adaptar-se com facilidade: por estar sempre mudando, eles se adaptam melhor a diferentes cenários.
Apresentar alta criatividade: conseguem ser mais inovadores para contribuir com a resolução de conflitos.
Buscar constantemente por novos conhecimentos: esse é um perfil que está sempre disposto a aprender algo novo que possa ser um diferencial no seu desenvolvimento.
Trabalharem com organização: usam a tecnologia para gerenciar e organizar as tarefas individuais e coletivas.
Projetar-se profissionalmente: projetam grandes metas profissionais e estão em constante evolução para alcançá-las.
Facilidade para se comunicar: entre as soft skills desse grupo, uma com grande destaque é a forma como expressam suas idades e se comunicam.
Existe um movimento global de escassez de talentos, que vai de encontro com o job hopping, segundo dados da Manpower Group, o índice de escassez global de talentos atingiu 75% em 2022, maior nível em 16 anos e 37% das empresas de grande porte relataram problemas para preencher as vagas.
As mudanças sociais que vivenciamos nos últimos anos levam ao cenário que temos hoje, onde as empresas se deparam com dificuldades para atrair e reter talentos. Devido algumas razões:
Já as motivações dos job hoppers podem ser um pouco diferentes:
Embora o job hopping indique também uma falta de compromisso com a organização, e consequentemente um desafio para conhecer os processos a fundo, existem algumas qualidades nesse perfil que pode indicar ganhos para as empresas:
Dificilmente a alta rotatividade será vista como algo positivo para as empresas, uma vez que gera gastos com novas contratações e possíveis falhas nos processos durante as transições. Por isso, é importante que a empresa adapte seus processos, e até mesmo cultura, para se tornar mais atrativa.
A busca por equilíbrio entre a vida profissional e pessoal está entre um dos principais motivos para as pessoas mudarem de empresa, uma vez que o foco em qualidade de vida vem cada vez mais ganhando destaque. Dessa forma, é fundamental ter limites entre as funções profissionais e os momentos de lazer e descanso.
Os profissionais que apresentam perfil job hopping estão constantemente buscando por novos desafios, desenvolvimento profissional e oportunidade para crescer, logo, apostar em treinamentos e formas de capacitação é uma maneira de investir por meio do conhecimento, o que irá motivá-los a continuar na empresa.
A remuneração também é um dos fatores que impactam no turnover, por isso, ter uma política de salários e benefícios competitiva com o mercado também fará com que os profissionais não sintam a necessidade de mudar de emprego.
Além de identificar as principais necessidades e reclamações apresentadas no movimento job hopping, é importante ouvir os colaboradores e avaliar internamente quais práticas fazem mais sentido e são atrativas.